Por Daniel Ferreira
Os participantes do primeiro Seminário Nacional de Educação em Agroecologia prestigiaram um verdadeiro desfile cultural com alguns ritmos pernambucanos na Noite Cultural da quinta-feira (04/07). O grupo pernambucano Sagarana fez o público dançar e cantar ao som do Cavalo-Marinho, Forró Rabecado e Coco de Roda, resgatando clássicos e batuque tradicionais do Estado.
O que mais chamou atenção dos convidados foi a dança do Cavalo-Marinho. Uma denominação atribuída ao folguedo popular que se caracteriza como teatro, incluindo música, dança e poesia, representando por 73 personagens. Sua apresentação pode durar até 8 horas.
Os personagens do auto refletem a sociedade colonial da Zona da Mata Nordestina: Mateus e Bastião, que trazem o rosto pintado de preto, representam a forte presença negra na empresa açucareira; o capitão, montado em seu cavalo, representa o grande latifundiário, dono do engenho; o soldado, subserviente ao capitão, é o elemento opressor a serviço do poder político; os galantes e as damas aludem à faustosa aristocracia que se desenvolveu em torno da cultura da cana.
“A Noite Cultural foi uma experiência muito boa ao trazer as tradições e culturas nordestinas e expressões musicais para o Seminário. Achei o Cavalo-Marinho uma mistura muito forte e intensa, fiquei imaginando como essa dança acontecia com os agricultores lá no canavial. Isso tem tudo a ver com a Agroecologia, pois faz parte da valorização e expressão cultural local como processo pedagógico”, enfatizou a aluna Aremita Reis, do Grupo Aranã de Agroecologia/ UFVJM, de Diamantina-MG.
“Gostei muito. Admiro muito as tradições e a musica nordestinas. O que aconteceu na Noite Cultural foi uma forma de apresentar as expressões locais e trazer cultura e arte para dentro do Seminário. A expressão do povo, da comunidade, a forma como eles se relacionam com a dança e as letras tem tudo a ver com a Agrocecologia”, reforçou o jovem Lucas Bittecourt, do Grupo de Agroecologia e Agricultura Orgânica/UFV, de Viçosa-MG.
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